O que é CVM e o que são valores mobiliários?


 Definição de mercado de capitais

O mercado de capitais é um conjunto de instituições financeiras e negociações que se dedicam à compra e venda de valores mobiliários, como ações, títulos de dívida, debêntures, fundos imobiliários, entre outros. É um segmento do sistema financeiro que tem como objetivo captar recursos financeiros de longo prazo para empresas e governos, permitindo que essas entidades possam financiar seus investimentos e projetos.


O mercado de capitais permite que investidores possam adquirir participações em empresas, fornecendo recursos financeiros para essas companhias expandirem seus negócios, desenvolverem novos produtos ou serviços, gerar empregos e criar valor para os acionistas. Além disso, os investidores também podem adquirir títulos de dívida emitidos por empresas ou governos, recebendo juros ou outras formas de remuneração pelos recursos financeiros emprestados.


As operações no mercado de capitais são intermediadas por corretoras e distribuidoras de valores mobiliários, que realizam a negociação dos títulos e valores mobiliários em nome dos investidores. As transações são realizadas em bolsas de valores, como a B3 (antiga BM&FBOVESPA) no Brasil, que oferecem um ambiente seguro e transparente para a negociação de títulos e valores mobiliários.

O mercado de capitais é importante para o desenvolvimento econômico e social de um país, pois permite que empresas e governos possam obter recursos financeiros para investimentos em projetos de longo prazo. Além disso, o mercado de capitais também oferece oportunidades de investimento para pessoas físicas e jurídicas, permitindo que esses investidores possam diversificar suas carteiras e obter retornos financeiros atrativos.


Em relação ao mercado de capitais, Compete ao Conselho Monetário Nacional

O Conselho Monetário Nacional (CMN) é um órgão colegiado responsável por formular a política da moeda e do crédito do país. Em relação ao mercado de capitais, compete ao CMN:

Estabelecer as diretrizes e normas da política de investimento estrangeiro no mercado de capitais;

Estabelecer as diretrizes e normas para o funcionamento dos fundos de investimento, incluindo a autorização para a criação desses fundos;

Autorizar a emissão de títulos e valores mobiliários no mercado de capitais;

Estabelecer as normas e diretrizes para a atuação dos órgãos reguladores do mercado de capitais, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM);

Estabelecer as normas para a concessão de incentivos fiscais para investimentos em títulos e valores mobiliários.


O CMN é um órgão importante no mercado de capitais, pois suas decisões podem afetar diretamente o funcionamento do mercado e o acesso dos investidores aos diferentes instrumentos financeiros disponíveis. É responsável por estabelecer as diretrizes e normas que regem o mercado de capitais e garantem sua transparência, segurança e eficiência.


O que é CVM - Comissão de Valores Mobiliários?

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia federal responsável pela regulamentação, desenvolvimento e fiscalização do mercado de valores mobiliários do país. Criada em 1976, a CVM tem como objetivo principal proteger os investidores e garantir a transparência, eficiência e integridade do mercado de capitais brasileiro.

A CVM é responsável por regulamentar e fiscalizar as atividades relacionadas ao mercado de valores mobiliários, incluindo a emissão, distribuição e negociação de títulos e valores mobiliários. A autarquia tem competência para fiscalizar os participantes do mercado, tais como corretoras, distribuidoras de valores mobiliários, gestoras de recursos e outras instituições financeiras que atuam no mercado de capitais.

Além disso, a CVM também tem como responsabilidade a educação financeira dos investidores e o incentivo à participação dos cidadãos brasileiros no mercado de capitais. A autarquia disponibiliza informações e orientações sobre investimentos em valores mobiliários, além de promover programas de educação financeira para diversos públicos.

A CVM é um órgão importante no mercado de capitais brasileiro, pois suas normas e regulações impactam diretamente o funcionamento do mercado e a segurança dos investimentos dos brasileiros.


Resuma o que compete a CVM como órgão normativo

A CVM é um órgão normativo responsável por regulamentar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários brasileiro. Suas principais atribuições são:

Estabelecer normas e regulamentações para a emissão, distribuição e negociação de títulos e valores mobiliários;

Fiscalizar as atividades relacionadas ao mercado de capitais e os participantes desse mercado, incluindo corretoras, distribuidoras de valores mobiliários, gestoras de recursos e outras instituições financeiras;

Proteger os investidores e garantir a transparência, eficiência e integridade do mercado de capitais brasileiro;

Promover a educação financeira e a participação dos cidadãos brasileiros no mercado de capitais.

A CVM é responsável por garantir que o mercado de valores mobiliários brasileiro funcione de maneira justa e transparente, assegurando a confiança dos investidores e a estabilidade do sistema financeiro nacional.


Exemplos que você conhece de valores mobiliários

Os valores mobiliários são títulos ou documentos que representam um investimento em uma empresa ou empreendimento, permitindo que os investidores possuam uma parcela da empresa ou uma promessa de retorno financeiro. Alguns exemplos de valores mobiliários incluem:

Ações

Debêntures

Notas promissórias

Títulos públicos

Certificados de depósito bancário (CDB)

Letras de crédito imobiliário (LCI)

Letras de crédito do agronegócio (LCA)

Fundos de investimento

Derivativos, como opções e contratos futuros

Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI)

Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)

Units

BDRs (Brazilian Depositary Receipts)

Debêntures conversíveis em ações

Commercial Papers

Cupons

Certificados de Investimento Audiovisual (CIA)

Certificados de Investimento em Energia Renovável (CIER)

Warrants

Direitos de subscrição

Contratos de participação em investimentos.

É importante ressaltar que a lista acima não é exaustiva e que existem outros tipos de valores mobiliários que podem ser emitidos por empresas e governos.

Obs.: valores imobiliários são títulos emitidos por empresas que se modificam muito rapidamente; são títulos que, de alguma maneira, representam parte do patrimônio dessa empresa.

Obs: Não são regulados pela CVM

 I – os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal;

II – os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures

Não são negociados no mercado de capitais: títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; títulos privados CDB, CDI, LCI, LCA, letra de câmbio etc. 

Atualmente, as instituições financeiras não emitem mais debêntures, mas pode emitir ações. 


ATENÇÃO: Tudo que se quer negociar no mercado de capitais precisa ter o registro da CVM. Além disso, é necessário que o investidor tenha a distribuição, isto é, uma série ordenada 

dos títulos que serão distribuídos.

Atribuições de CVM:

• registro das companhias abertas;

• registro da distribuição de valores mobiliários;

• credenciamento de auditores independentes; 

• autorizar a constituição de bolsas de valores, sociedades corretoras e distribuidoras.

• organização do funcionamento das bolsas de valores.

• suspensão e cancelamento de registros.

• assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão;

• proteger os titulares e valores mobiliários emitidos;

• evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado;

• estimular o funcionamento das bolsas de valores e das instituições operadoras do mercado acionário;

• assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários;

• dar proteção aos investidores de mercado.



Da Comissão de Valores Mobiliários

        Art. 5o  É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária. (Redação dada pela Lei nº 10.411, de 26.2.2002)

        Art. 6o  A Comissão de Valores Mobiliários será administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida competência em matéria de mercado de capitais. (Redação dada pela Lei nº 10.411, de 26.2.2002)   (Regulamento)

        § 1o  O mandato dos dirigentes da Comissão será de cinco anos, vedada a recondução, devendo ser renovado a cada ano um quinto dos membros do Colegiado.(Redação dada pela Lei nº 10.411, de 26.2.2002)

        § 2o  Os dirigentes da Comissão somente perderão o mandato em virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.(Redação dada pela Lei nº 10.411, de 26.2.2002)

        § 3o  Sem prejuízo do que prevêem a lei penal e a lei de improbidade administrativa, será causa da perda do mandato a inobservância, pelo Presidente ou Diretor, dos deveres e das proibições inerentes ao cargo.(Redação dada pela Lei nº 10.411, de 26.2.2002)

        § 4o  Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda instaurar o processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comissão especial, competindo ao Presidente da República determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e proferir o julgamento.(Redação dada pela Lei nº 10.411, de 26.2.2002)

        § 5o  No caso de renúncia, morte ou perda de mandato do Presidente da Comissão de Valores Mobiliários, assumirá o Diretor mais antigo ou o mais idoso, nessa ordem, até nova nomeação, sem prejuízo de suas atribuições.(Redação dada pela Lei nº 10.411, de 26.2.2002)

        § 6o  No caso de renúncia, morte ou perda de mandato de Diretor, proceder-se-á à nova nomeação pela forma disposta nesta Lei, para completar o mandato do substituído.(Redação dada pela Lei nº 10.411, de 26.2.2002)

        § 7o  A Comissão funcionará como órgão de deliberação colegiada de acordo com o seu regimento interno, e no qual serão fixadas as atribuições do Presidente, dos Diretores e do Colegiado. (Incluído pelo Decreto autônomo nº 3.995, de 2001)

        Art . 7º A Comissão custeará as despesas necessárias ao seu funcionamento com os recursos provenientes de:

        I - dotações das reservas monetárias a que se refere o Art. 12 da Lei nº 5.143, de 20 de outubro de 1966, alterado pelo Decreto-lei nº 1.342, de 28 de agosto de 1974 que lhe forem atribuídas pelo Conselho Monetário Nacional;

        II - dotações que lhe forem consignadas no orçamento federal;

        III - receitas provenientes da prestação de serviços pela Comissão, observada a tabela aprovada pelo Conselho Monetário Nacional;

        IV - renda de bens patrimoniais e receitas eventuais.

        V - receitas de taxas decorrentes do exercício de seu poder de polícia, nos termos da lei. (Inciso incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

        Art . 8º Compete à Comissão de Valores Mobiliários:

        I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as matérias expressamente previstas nesta Lei e na lei de sociedades por ações;

        II - administrar os registros instituídos por esta Lei;

        III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, de que trata o Art. 1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participem, e aos valores nele negociados;

        IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de preço, comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários do mercado;

        V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório.

        § 1o  O disposto neste artigo não exclui a competência das Bolsas de Valores, das Bolsas de Mercadorias e Futuros, e das entidades de compensação e liquidação com relação aos seus membros e aos valores mobiliários nelas negociados. (Redação pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        § 2o  Serão de acesso público todos os documentos e autos de processos administrativos, ressalvados aqueles cujo sigilo seja imprescindível para a defesa da intimidade ou do interesse social, ou cujo sigilo esteja assegurado por expressa disposição legal. (Redação pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        § 3º Em conformidade com o que dispuser seu regimento, a Comissão de Valores Mobiliários poderá:

        I - publicar projeto de ato normativo para receber sugestões de interessados;

        II - convocar, a seu juízo, qualquer pessoa que possa contribuir com informações ou opiniões para o aperfeiçoamento das normas a serem promulgadas.

        Art 9º A Comissão de Valores Mobiliários, observado o disposto no § 2o do art. 15, poderá: (Redação dada pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        I - examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou documentos, inclusive programas eletrônicos e arquivos magnéticos, ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis de trabalho de auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em perfeita ordem e estado de conservação pelo prazo mínimo de cinco anos: (Redação dada pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        a) as pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários (Art. 15);

        b) das companhias abertas e demais emissoras de valores mobiliários e, quando houver suspeita fundada de atos ilegais, das respectivas sociedades controladoras, controladas, coligadas e sociedades sob controle comum; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

        c) dos fundos e sociedades de investimento;

        d) das carteiras e depósitos de valores mobiliários (Arts. 23 e 24);

        e) dos auditores independentes;

        f) dos consultores e analistas de valores mobiliários;

        g) de outras pessoas quaisquer, naturais ou jurídicas, quando da ocorrência de qualquer irregularidade a ser apurada nos termos do inciso V deste artigo, para efeito de verificação de ocorrência de atos ilegais ou práticas não eqüitativas; (Redação dada pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

       II - intimar as pessoas referidas no inciso I a prestar informações, ou esclarecimentos, sob cominação de multa, sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas no art. 11; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

        III - requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública;

        IV - determinar às companhias abertas que republiquem, com correções ou aditamentos, demonstrações financeiras, relatórios ou informações divulgadas;

       V - apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não eqüitativas de administradores, membros do conselho fiscal e acionistas de companhias abertas, dos intermediários e dos demais participantes do mercado; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

        VI - aplicar aos autores das infrações indicadas no inciso anterior as penalidades previstas no Art. 11, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal.

        § 1o  Com o fim de prevenir ou corrigir situações anormais do mercado, a Comissão poderá: (Redação pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        I - suspender a negociação de determinado valor mobiliário ou decretar o recesso de bolsa de valores;

        Il - suspender ou cancelar os registros de que trata esta Lei;

        III - divulgar informações ou recomendações com o fim de esclarecer ou orientar os participantes do mercado;

        IV - proibir aos participantes do mercado, sob cominação de multa, a prática de atos que especificar, prejudiciais ao seu funcionamento regular.

        § 2o  O processo, nos casos do inciso V deste artigo, poderá ser precedido de etapa investigativa, em que será assegurado o sigilo necessário à elucidação dos fatos ou exigido pelo interesse público, e observará o procedimento fixado pela Comissão. (Redação pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        § 3o  Quando o interesse público exigir, a Comissão poderá divulgar a instauração do procedimento investigativo a que se refere o § 2o. (Parágrafo incluído pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        § 4o  Na apuração de infrações da legislação do mercado de valores mobiliários, a Comissão priorizará as infrações de natureza grave, cuja apenação proporcione maior efeito educativo e preventivo para os participantes do mercado, e poderá deixar de instaurar o processo administrativo sancionador, consideradas a pouca relevância da conduta, a baixa expressividade da lesão ao bem jurídico tutelado e a utilização de outros instrumentos e medidas de supervisão que julgar mais efetivos.  (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

        § 5o  As sessões de julgamento do Colegiado, no processo administrativo de que trata o inciso V deste artigo, serão públicas, podendo ser restringido o acesso de terceiros em função do interesse público envolvido. (Incluído pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        § 6o  A Comissão será competente para apurar e punir condutas fraudulentas no mercado de valores mobiliários sempre que: (Incluído pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        I - seus efeitos ocasionem danos a pessoas residentes no território nacional, independentemente do local em que tenham ocorrido; e (Incluído pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        II - os atos ou omissões relevantes tenham sido praticados em território nacional. (Inciso incluído pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        Art. 10. A Comissão de Valores Mobiliários poderá celebrar convênios com órgãos similares de outros países, ou com entidades internacionais, para assistência e cooperação na condução de investigações para apurar transgressões às normas atinentes ao mercado de valores mobiliários ocorridas no País e no exterior. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

        § 1o A Comissão de Valores Mobiliários poderá se recusar a prestar a assistência referida no caput deste artigo quando houver interesse público a ser resguardado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

        § 2o O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, às informações que, por disposição legal, estejam submetidas a sigilo. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

Art. 10-A.  A Comissão de Valores Mobiliários, o Banco Central do Brasil e demais órgãos e agências reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas atribuições regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e demais orientações técnicas emitidas. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)

        Parágrafo único.  A entidade referida no caput deste artigo deverá ser majoritariamente composta por contadores, dela fazendo parte, paritariamente, representantes de entidades representativas de sociedades submetidas ao regime de elaboração de demonstrações financeiras previstas nesta Lei, de sociedades que auditam e analisam as demonstrações financeiras, do órgão federal de fiscalização do exercício da profissão contábil e de universidade ou instituto de pesquisa com reconhecida atuação na área contábil e de mercado de capitais.                (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)

        Art. 11.  A Comissão de Valores Mobiliários poderá impor aos infratores das normas desta Lei, da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei de Sociedades por Ações), de suas resoluções e de outras normas legais cujo cumprimento lhe caiba fiscalizar as seguintes penalidades, isoladas ou cumulativamente:    (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

          I - advertência;

          II - multa;

        III - (revogado);    (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

       IV - inabilitação temporária, até o máximo de 20 (vinte) anos, para o exercício de cargo de administrador ou de conselheiro fiscal de companhia aberta, de entidade do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários;   (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

         V - suspensão da autorização ou registro para o exercício das atividades de que trata esta Lei;

         VI - inabilitação temporária, até o máximo de 20 (vinte) anos, para o exercício das atividades de que trata esta Lei;   (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

         VII - proibição temporária, até o máximo de vinte anos, de praticar determinadas atividades ou operações, para os integrantes do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários;              (Incluído pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)

        VIII - proibição temporária, até o máximo de dez anos, de atuar, direta ou indiretamente, em uma ou mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários.      (Incluído pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)

§ 1o  A multa deverá observar, para fins de dosimetria, os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, a capacidade econômica do infrator e os motivos que justifiquem sua imposição, e não deverá exceder o maior destes valores:   (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

I - R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais);   (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

II - o dobro do valor da emissão ou da operação irregular;  (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

III - 3 (três) vezes o montante da vantagem econômica obtida ou da perda evitada em decorrência do ilícito; ou  (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

IV - o dobro do prejuízo causado aos investidores em decorrência do ilícito.  (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

        § 2o  Nas hipóteses de reincidência, poderá ser aplicada multa de até o triplo dos valores fixados no § 1o deste artigo.   (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

       § 3o  As penalidades previstas nos incisos IV, V, VI, VII e VIII do caput deste artigo somente serão aplicadas nos casos de infração grave, assim definidas em normas da Comissão de Valores Mobiliários, ou nos casos de reincidência.   (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

        § 4º As penalidades somente serão impostas com observância do procedimento previsto no § 2º do art. 9º desta Lei, cabendo recurso para o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)     (Vide Decreto nº 9.889, de 2019)

       § 5o  A Comissão de Valores Mobiliários, após análise de conveniência e oportunidade, com vistas a atender ao interesse público, poderá deixar de instaurar ou suspender, em qualquer fase que preceda a tomada da decisão de primeira instância, o procedimento administrativo destinado à apuração de infração prevista nas normas legais e regulamentares cujo cumprimento lhe caiba fiscalizar, se o investigado assinar termo de compromisso no qual se obrigue a:   (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

        I - cessar a prática de atividades ou atos considerados ilícitos pela Comissão de Valores Mobiliários; e

        II - corrigir as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos.

        § 6º O compromisso a que se refere o parágrafo anterior não importará confissão quanto à matéria de fato, nem reconhecimento de ilicitude da conduta analisada.           (Incluído pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)

        § 7o O termo de compromisso deverá ser publicado no sítio eletrônico da Comissão de Valores Mobiliários, com discriminação do prazo para cumprimento das obrigações eventualmente assumidas, e constituirá título executivo extrajudicial.   (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

        § 8º Não cumpridas as obrigações no prazo, a Comissão de Valores Mobiliários dará continuidade ao procedimento administrativo anteriormente suspenso, para a aplicação das penalidades cabíveis.                     (Incluído pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)

        § 9º Serão considerados, na aplicação de penalidades previstas na lei, o arrependimento eficaz e o arrependimento posterior ou a circunstância de qualquer pessoa, espontaneamente, confessar ilícito ou prestar informações relativas à sua materialidade.                    (Incluído pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)

        § 10.  A Comissão de Valores Mobiliários regulamentará a aplicação do disposto nos §§ 5o a 9o deste artigo aos procedimentos conduzidos pelas Bolsas de Valores, Bolsas de Mercadorias e Futuros, entidades do mercado de balcão organizado e entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários. (Redação pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

        § 11.  A multa aplicada pela inexecução de ordem da Comissão de Valores Mobiliários, nos termos do inciso II do caput e do inciso IV do § 1o do art. 9o desta Lei, independentemente do processo administrativo previsto no inciso V do caput do art. 9o desta Lei, não excederá, por dia de atraso no seu cumprimento, o maior destes valores:   (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

I - 1/1.000 (um milésimo) do valor do faturamento total individual ou consolidado do grupo econômico, obtido no exercício anterior à aplicação da multa; ou   (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)

II - R$ 100.000,00 (cem mil reais).   (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)

         § 12. Da decisão que aplicar a multa prevista no § 11 deste artigo caberá recurso na Comissão de Valores Mobiliários, em última instância e sem efeito suspensivo, no prazo de 10 (dez) dias, conforme estabelecido em regimento interno.        (Redação dada pela Lei nº 14.317, de 2022)   Produção de efeitos

§ 13.  Adicionalmente às penalidades previstas no caput deste artigo, a Comissão de Valores Mobiliários poderá proibir os acusados de contratar, por até de 5 (cinco) anos, com instituições financeiras oficiais e de participar de licitação que tenha por objeto aquisições, alienações, realizações de obras e serviços e concessões de serviços públicos, no âmbito da administração pública federal, estadual, distrital e municipal e das entidades da administração pública indireta.  (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)

§ 14.  Os créditos oriundos de condenação do apenado ao pagamento de indenização em ação civil pública movida em benefício de investidores e demais credores do apenado e os créditos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ou de outros mecanismos de ressarcimento aprovados pelo Banco Central do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários, se houver, preferirão aos créditos oriundos da aplicação da penalidade de multa.   (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)

§ 15.  Em caso de falência, liquidação extrajudicial ou qualquer outra forma de concurso de credores do apenado, os créditos da Comissão de Valores Mobiliários oriundos da aplicação da penalidade de multa de que trata o inciso II do caput deste artigo serão subordinados.   (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)

        Art . 12. Quando o inquérito, instaurado de acordo com o § 2º do art. 9º, concluir pela ocorrência de crime de ação pública, a Comissão de Valores Mobiliários oficiará ao Ministério Público, para a propositura da ação penal.

        Art . 13. A Comissão de Valores Mobiliários manterá serviço para exercer atividade consultiva ou de orientação junto aos agentes do mercado de valores mobiliários ou a qualquer investidor.

        Parágrafo único. Fica a critério na Comissão de Valores Mobiliários divulgar ou não as respostas às consultas ou aos critérios de orientação.

        Art. 14. A Comissão de Valores Mobiliários poderá prever, em seu orçamento, dotações de verbas às Bolsas de Valores e às Bolsas de Mercadorias e Futuros.                       (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

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